Jesus: Política e Fé em Pacatuba

16-12-2011 14:06

Porque Jesus era tão odiado pelos poderosos?

Quem conhece bem a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo sabe que toda ela foi um ensinamento contínuo de trabalho ao lado de José e sua predileção pelos pobres era visível.

Naquela época as cidades eram formadas por poucos habitantes e o povo era muito fragmentado, tanto que o Evangelho diz “multidão”. O que é multidão? É a massa de gente, sem maior coesão interna, sem espírito de classe. São Mateus diz: “Jesus olhou a multidão e teve pena, porque ela estava prostrada e cansada como ovelhas sem pastor”. No meio do povo existiam muitos trabalhadores. Eram artesãos do interior, diaristas, arrendatários rurais, escravos, criados, e também existiam muitos de marginalizados. Aquela localidade era governada por Pôncio Pilatos, governador feroz e torturador da população civil, onde anteriormente a Cristo ninguém foi capaz de enfrentá-lo, criticá-lo, reclamar e cobrar, fazendo com que os governantes da época começassem a sentir ódio contra Jesus, porque defendia os oprimidos, passando por a ser perseguido dia e noite.

Contudo, o povo lhe seguia, ouvia e lhe apoiava, pois via em Jesus, aquele jovem pobre de Nazaré, filho de um carpinteiro e de uma jovem simples, a única salvação para que o povo se libertasse de tanta opressão.

Cristo teve uma atuação política verdadeira, mas a nível profética. Foi um revolucionário profético. A sua grande idéia é a do Reino de Deus, que transforma a sociedade. No fundo, a raiz da proposta de Cristo é, na verdade, profética. Mas ele tinha implicações e efeitos claramente político.

Entendemos a maneira de Jesus se comportar no seu tempo da mesma forma que entendemos a maneira de a Igreja, os bispos e as Comunidades Eclesiais de Base se comportarem na sociedade de hoje. O comportamento histórico concreto de Jesus e o comportamento que a Igreja, os pastores e as comunidades seguem ainda hoje, com as mesmas implicações que ele teve.

E a política no sentido direto, especifico?

Essa, na verdade, Jesus não praticou expressa e diretamente esse tipo de política.

Por isso nós não vamos praticá-la?

Devemos entender os limites de Jesus, porque são os limites de seu tempo. Nós que vivemos numa sociedade que se politiza e se organiza cada vez mais, devemos entender isso. Devemos também, traduzir em termos políticos as propostas do Evangelho de Jesus. O amor ao próximo não é amor ao outro, individual, é o amor às massas humanas, as classes inteiras, como colocou o Vaticano II, ou o Papa aqui no Brasil.

Assim a pratica política direta vista por nós nos partidos, nos sindicatos, pode ser um modo nobre de ser cristão, de seguir a Jesus Cristo e imita-lo de maneira criativa.

Não devemos ver Jesus apenas no passado, há dois mil anos, mas devemos vê-lo vivo, ressuscitado fazendo política hoje.

Como?

Através de nós jovens, dos movimentos históricos, dos grupos sociais dos cristãos e nõo-cristãos.

Por fim, analisemos que ainda vivemos em nossa “Nazaré’ – Pacatuba - e devemos fazer como o Mestre nos ensinou, lutar contra os opressores que atrasam os salários dos servidores, que se corrompem, que são representados por infidelidade partidária, que compram votos, que esquecem o povo, que não prestam conta do dinheiro público, que superfaturam obras, que se vendem para ficar contra o povo, etc, portanto, se os homens bons não entrarem na política os maus se perpeturão.

"Jovens, vocês são o futuro do mundo, vocês são a esperança da Igreja, vocês são a minha esperança." [Papa João Paulo II]

Por Nilton César da Silva